segunda-feira, 21 de abril de 2014

Prótese

Escolha de prótese varia conforme atividade física e hábitos do paciente.

Não adianta levar em conta apenas o preço, muitas vezes o barato sai caro

Os amputados e seus familiares geralmente não apresentam conhecimento sobre as próteses e todo o processo que deveria acontecer durante o período de reabilitação, principalmente quando se trata de um caso novo na família.

Antes mesmo de se colocar uma prótese, é importante orientar o portador de amputação sobre os cuidados que devem ser tomados com a ferida cirúrgica, qual o melhor posicionamento para o membro amputado permanecer, qual a técnica correta do enfaixamento e seu tempo de uso, como estimular a contração da musculatura remanescente do coto de amputação, como utilizar os auxiliares de marcha e também como decidir pelo tipo de prótese a ser utilizada.

A escolha de uma prótese não deve ser realizada como a escolha de um automóvel, ou seja, optar pelo mais bonito ou pelo mais barato. Vale a pena lembrá-los que a prótese deve atender aos objetivos individuais de cada amputado.

Portanto, uma avaliação deve ser realizada tanto para análise clínica do paciente quanto para se determinar quais são os objetivos pessoais com a protetização, quais tipos de atividades pretendem ser realizadas, se há utilização de escadas e rampas com freqüência, se há necessidade de uso em ambientes úmidos, se o amputado realiza práticas desportivas, dentre muitas outras perguntas pertinentes. 

Em um mundo tão globalizado e com inúmeras opções de componentes para se confeccionar uma prótese, cabe ao especialista determinar o que é mais indicado para cada individuo e ao paciente questioná-lo sobre tal escolha. 

Infelizmente a necessidade de muitos profissionais em vender uma determinada prótese extrapola a ética profissional e acaba com toda a esperança de uma plena reabilitação de um paciente já fragilizado. 

Uma boa prótese deverá ser composta por componentes específicos para cada tipo de paciente e não por aqueles componentes estocados nas prateleiras das ortopedias; o conhecimento técnico para ajustes e regulagens dos pés e joelhos deve ser feito com propriedade, pois interfere diretamente na estabilidade e controle da prótese durante sua utilização.

Já não é mais surpresa recebermos pacientes protetizados com boas próteses, porém com componentes mal regulados para o peso e para as atividades exercidas. Também tornou-se rotineiro avaliarmos soquetes (componente que envolve o coto de amputação) mal adaptados, trazendo dor, desconforto, instabilidade e dificuldade para uso continuo de uma prótese. Com absoluta certeza, continuaremos encontrando muitos pacientes descontentes com suas próteses.

Considerando as importantes informações descritas acima, sugiro aos amputados e seus familiares que não escolham suas próteses por preço. 

Analisem a proposta de trabalho, a procedência dos materiais, a qualificação dos profissionais e conheça o local onde será iniciada sua reabilitação.

Informem-se previamente sobre a qualificação dos profissionais, pois, além da confecção da prótese, será necessário um acompanhamento de fisioterapeutas para treinamento de marcha e ajustes dinâmicos.

Visitem as empresas indicadas, conheça a oficina ortopédica e o local destinado a reabilitação, o qual deve no mínimo ter barras paralelas longas, rampas, escadas e espaço amplo para treinos de equilíbrio e treinamento de marcha; 

Não confundam lojas ortopédicas com centros especializados em reabilitação de amputados e não acreditem que dores, desconfortos e calosidades são necessários para maturação do coto de amputação dentro do soquete protético. 

Realmente espero cada vez mais encontrar amputados reabilitados e não reconhecê-los como usuários de próteses.


ESCRITO POR:José de Carvalho
Fisioterapia e reabilitação de amputados
ESPECIALISTA MINHA VIDA

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