Um pouco antes da minha amputação, comecei a me interessar por tudo que encontrava na internet sobre esse assunto e um dos primeiros nomes que encontrei foi o do Dr. Marco Guedes em uma entrevista com o Dr. Drauzio Varella. Desde então fiquei fã desse homem, pelo jeito simples e íntegro. E o mais importante, uma pessoa que passou pelo que hoje estamos passando. Então quem melhor que um médico protetizado, para nos entender?
DR. MARCO GUEDES E A REABILITAÇÃO DE AMPUTADOS
Trauma e especialização
O médico Marco Antônio Guedes, traumatologista e ortopedista, pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), perdeu a perna direita, após um acidente de moto no quinto ano de faculdade. Dedicado, hoje ele é um dos grandes especialistas que atende amputados no Brasil, por meio da clínica especializada Centro Marian Weiss, que gerencia em São Paulo. Nesse espaço, Guedes e sua equipe realizam atendimentos para reabilitação de amputados e cuidados com os pés de pessoas diabéticas.
O médico contou com o apoio da família para superar essa situação difícil. "Um dia minha esposa disse: "Estou indo jogar tênis, aluguei a quadra e não vou sozinha". Fui com ela. Nunca vou me esquecer da sensação boa que tive ao voltar suado e ver que eu era capaz de me exercitar novamente", conta. Por isso e durante todo atendimento clínico, ele entende e acha que o fator psicológico é essencial na busca pela reabilitação e felicidade no início da nova vida do amputado.
O especialista diz que é mais fácil se relacionar com os pacientes por ser também um amputado. Eles, ao saberem da experiência pessoal, se sentem muito mais seguros e confiantes. Passam a ter uma expectativa sobre o seu futuro bem mais otimista e real. O difícil é não ter muita ideia de como será a vida no futuro. Ao projetarem esta expectativa, sentem-se bem mais tranquilos.
No Brasil, as técnicas cirúrgicas têm avançado, mas para Guedes o mais importante não é somente o procedimento da mutilação e sim a construção de um novo órgão funcional, e isso só é possível se for bem construído. Se o paciente que perde um membro percebe que ainda poderá fazer alguns movimentos com o que ficou no lugar, o cirurgião pode criar um impacto positivo na trajetória de vida desta pessoa.
"Não podemos passar a culpar a amputação por tudo que nos acontece de ruim, mas sim encará-la como um desafio a ser superado".
REVISTA SENTIDOS (EDIÇÃO 62)
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