Estou realmente cansado! Agora, aos poucos, estou me adaptando e conhecendo minha nova realidade de "deficiente físico". Aos poucos começo a entender porque sempre vi e ouvi tantas reclamações e reivindicações da classe. Há sem dúvida um descaso total com nós, os deficiente físicos. Mas afinal, ninguém pede mais do que os próprios direitos sejam assegurados. Bah, pura ilusão!!!
Estou correndo atrás da papelada para conseguir a isenção de impostos para comprar um carro. Estou pra ver burocracia maior. Uma empresa diz que demora três, quatro meses, outra diz que me entrega em um mês, o preço varia de oitocentos à duzentos reais. Dei entrada no processo, fiz os exames médicos, depois tive que refazê-los e agora estou mais uma vez, aguardando.
Preciso urgentemente de uma carro. Aqui em Blumenau deve ter uma das tarifas mais caras de táxi do país. Tem coisas que só eu mesmo posso correr atrás e já teve vezes de sair de casa duas ou três vezes na semana e gastar mais de quinhentos reais de táxi. Um verdadeiro absurdo!
Na sexta, fez um ano e cinco meses que ocorreu meu acidente e por coincidência, foi também uma sexta-feira treze. Ontem, dia quinze, fez três meses que amputei a perna. Ainda sinto algumas dores, mas nada parecido como no primeiro mês. Agora já faz pouco mais de um mês que não tomo remédio algum. No começo, tomava Neurontin para as dores fantasmas que me assombravam quase que literalmente, tomava dimorf, tilex, ultracet, mytedon, miosan, neosin, rivotril... e agora pelo menos estou livre desses remédios. Mas uma vez ou outra ainda tenho que tomar algo para dor, porque meu coto não está cicatrizado por completo, há uma lesão que cisma em não fechar. Há uma ferida bem encima, acredito que de um nervo, mas não entendo o porquê de tanta demora para a cicatrização, talvez por causa dos pontos, pois ontem, encontrei depois de três meses, a ponta de dois fios bem na lesão. Vai entender!!
Na sexta tive meu primeiro contato com uma ortopédica. Visitei a CERB - centro de excelência em reabilitação, aqui em Blumenau, antiga Ortopédica Catarinense. Fui muitíssimo bem atendido, é um pessoal extremamente atencioso, mas infelizmente saí de lá sem o orçamento que fui buscar. Ficou uma dúvida para o protético, quanto ao tipo de minha amputação, pois ele achou que era uma desarticulação de joelho, devido ao formato do coto, que parece ainda ter a patela. Mas assim que cheguei em casa, peguei os Rxs que tirei no dia que levei um baita tombo no banheiro do hospital.
Confirmei que foi mesmo uma amputação transfemural. Vendo os Rxs, pude observar que o joelho estava aparentemente, intactos, me restando a dúvida do porquê não foi feita uma desarticulação de joelho. Mas com certeza meu médico deve ter me explicado na época, mas é muita informação para ser absorvida.
Quando levei o tombo, fazia dois dias que havia comprado as muletas e entrei no banheiro molhado e não deu outra, um terrível tombo, que me tirou até o fôlego. Mal conseguia respirar e a dor era terrível. Bati todo lado esquerdo do corpo no chão e não tinha dúvida que havia quebrado a bacia e talvez uma meia duzia de costelas. No dia seguinte, o médico levou pessoalmente os Rxs no meu quarto e me disse que estava tudo certo, nada quebrado. Uffa,que alívio!
Então, como o médico disse que estava tudo bem e eu por outro lado não entendo nada de Rx, nem abri o envelope, onde também sempre vinha com um laudo. Como o protético me pediu um Rx, só agora resolvi procurar esse envelope que estava comigo e abri-lo. Adivinha minha supresa: duas costelas fraturadas. Fiquei e ainda estou completamente indignado, pois na época fiquei duas semanas que nem conseguia andar com o andador de tanta dor e me queixei várias vezes para meu médico e ele disse que era luxação e logo ia passar, mas nunca disse que havia fraturado duas costelas. Isso tudo num hospital particular e renomado!! Sem mais comentários!!
Mantenha essa força, Arthur! Saiba que muitas pessoas torcem para que você continue superando as dificuldades!
ResponderExcluirMuito obrigado Wil
ExcluirE ai amigo como estão as coisas? me liga para conversarmos.
ResponderExcluirAtt
Lissandro