REABILITAÇÃO PRÉ E PÓS PROTETIZAÇÃO
OBJETIVO:
Prevenção
de contraturas e problemas secundários;
Evitar
complicações cardio-pulmonares e descondicionamento geral do corpo do paciente;
Redução
da dor e edema;
Educar
paciente e família e promover apoio psicológico.
TRATAMENTO:
Adequado
e dirigido tratamento postural do paciente e do coto;
Diminuir
e eliminar estados dolorosos;
Movimentação
do coto e outro membro-24 a 48 h após
cirurgia;
Enfaixamento
do coto - ataduras elásticas;
Conseguir
um bom equilíbrio muscular;
Impedir
e eliminar contraturas e deformidades secundárias;
Atividades
físicas gerais: Troca de decúbitos, postura de pé e marcha;
Estimular
a independência - AVDs;
Orientação
ao paciente e familiar;
Técnica
de Protetização imediata.
AVALIAÇÃO DO MEMBRO RESIDUAL
Exame
Físico Funcional: membro residual;
Nível
de Amputação;
Presença
de Pontos dolorosos: neuroma, sensação e dor fantasma;
Força
Muscular - Tônus - Trofismo;
Amplitude
de Movimento - A.D.M.;
Formato
do Coto - Condições da Pele - Partes Moles - Edema - Cicatrização;
Equilíbrio
- Coordenação;
Locomoção
- Trocas Posturais - A.V.D.;
Dominância
- Amputação de MMSS;
Aspectos
Psicológicos;
Exame
físico do membro contra-lateral:
Portadores de vasculopatia e neuropatia;
Musculatura
abdominal e paravertebral;
Perimetria;
Atividade
Laborativa.
PRÉ-PROTETIZAÇÃO
Reparação
do coto para Protetização - Maturação;
Melhorar
a capacidade física geral do paciente, habilitando-o para realizar todas as
atividades sem o uso de prótese;
Preparação
psicológica do paciente para a reabilitação com prótese.
COTO:
Cicatrização;
Dessensibilzação;
Arredondamento
(enfaixamento em oito);
Protetização.
ENFAIXAMENTO EM OITO:
É uma técnica realizada após a remoção dos pontos cirúrgicos do coto de amputação. São utilizadas faixas elásticas compressivas. Traz benefícios como melhora da circulação, diminuição do edema (inchaço) na ponta do coto, além de mantê-lo protegido.
O enfaixamento do coto também se faz necessário para que haja uma adequada adaptação ao encaixe da prótese, que além de reduzir o edema, produz um formato cilíndrico desejado. A pressão deve ser maior de distal para proximal e realizado do tipo oito ou em espiral. Uma bandagem efetiva ficará sem pregas, enfatizando as voltas angulares, exercendo uma pressão distal, encorajando a extensão articular.
O
início do enfaixamento deve ocorrer a partir da ponta do coto com pressão maior
nesta região, o restante deve ser coberto em diagonais ao longo do coto,
aliviando a pressão ou inicie com atadura pelo lado de dentro da coxa bem acima
do joelho e desenrole-a de modo que esta seja colocada no sentido diagonal para
baixo, pelo lado externo do coto, mantendo cerca de 2/3 da atadura esticada no
máximo.
ATENÇÃO:
Se
sentir formigamento ou pontos de grande pressão, a faixa pode estar muito
apertada. Retire a faixa e refaça o enfaixamento.
Se sentir coceira ou observar pontos avermelhados no coto, observe se a faixa
está limpa ou coloque por baixo uma meia fina.
O
enfaixamento pode ser retirado de duas em duas horas. Nos primeiros momentos de
adaptação, mantenha o coto sem faixa em um período mínimo de 15 minutos, e
então refaça o enfaixamento.· Até se acostumar, não há necessidade de dormir
com a faixa. Ao acordar, refaça o enfaixamento.·Todos os dias antes de enfaixar
ou no momento de refazer o enfaixamento, observe a pele do seu coto e a região
da cicatriz, observando presença de áreas avermelhadas ou feridas.
INSPECIONE
SEMPRE SEU COTO! Observe se as faixas estão limpas, principalmente, se você
mora em um lugar muito quente. Lave as meias pelo menos uma vez por mês.·
Inspecione se a costura que une as faixas está em contato direto com a pele.
Coloque-a para cima, para que não aconteça lesão de pele.
SE VOCÊ TEM
DIMINUIÇÃO DE SENSIBILIDADE, CUIDADO COM AS COSTURAS DA FAIXA DIRETO NO COTO.
Observe se o
enfaixamento está correto quanto à pressão, que deve ter maior pressão distal
(ponta do coto), aliviando a proximal.
1 -
Inicie o enfaixamento da ponta do coto para cima;
2
- Suba em diagonais com pressão distal, aliviando para proximal;
3
- Desça em diagonal com pressão maior distal aliviando para proximal;
4
- Não volte sempre à ponta do coto. Vá construindo diagonais e aliviando a
pressão;
5
- O enfaixamento deve terminar próximo a articulação acima da amputação, com
pressão maior nesta área;
SUBIR E DESCER DEGRAUS COM PRÓTESE
Subir
o degrau: Apoiar primeiro a perna sadia no degrau e depois o membro
protetizado.
Descer
o degrau: Apoiar primeiro o membro protetizado no degrau e depois a perna
sadia.
RECURSOS TERAPÊUTICOS
Cinesioterapia;
Mecanoterapia;
Hidroterapia;
Eletroterapia;
Massoterapia;
Crioterapia;
Acupuntura;
Enfaixamento;
Dessensibilização;
Alongamento
e Fortalecimento;
Trabalho
Proprioceptivo;
Treino
de Equilíbrio;
Dissociação
de cinturas;
Uso
de dispositivos auxiliares;
Atividades
Recreacionais.
Objetivos
da fisioterapia
O
fisioterapeuta desempenha papel fundamental quanto à reeducação funcional,
acompanhando o paciente em todos os estágios do programa de reabilitação,
fazendo parte de equipe multidisciplinar, supervisionando e tratando desde o
estágio pré e pós-operatório, na educação de mobilidade pré e pós-protética e,
se necessário, em cuidados de manutenção
das funções músculo- esqueléticas.
Nesse
sentido, a presença do fisioterapeuta é importante no processo dinâmico,
criativo, progressivo, educativo e, objetiva a restauração ótima do indivíduo,
sua reintegração à família, comunidade e sociedade.
O
tratamento deverá ser iniciado de forma precoce para recuperação funcional, com
objetivo de acelerar a protetização e o retorno às atividades. De maneira
específica, os objetivos visam cicatrização e redução de edema, manter ou
aumentar força muscular de ambos os membros, transferências e cuidados no leito,
prevenir contraturas articulares do membro residual ou qualquer membro,
instrução nos cuidados do membro residual e deambulação com muletas.
São
vários os fatores que devem ser considerados para prescrição adequada de
tratamento, como presença de múltiplas afecções, independência funcional,
autonomia, idade avançada, etiologia e nível de amputação, tempo de evolução
entre amputação e início da reabilitação. Devido a tais fatores, é
fundamental um trabalho multidisciplinar, que vise o desenvolvimento e
participação ativa do paciente no seu tratamento.
Condutas
terapêuticas
A
fisioterapia deve ser realizada logo após a amputação, atuando no
posicionamento correto no leito, dessensibilização do coto, exercícios
ativo-assistidos, ativo-livres e isométricos, uso de bandagens, exercícios de
propriocepção, trabalho do membro contralateral e membros superiores e treino
de marcha. Tendo como objetivo a manutenção da amplitude de movimento, aumento
de força muscular, equilíbrio e adaptações da marcha de acordo com a
possibilidade do paciente, envolvendo orientação e condutas de prevenção e
reabilitação.
Orientações
gerais pós-operatório imediato
Para
correto posicionamento do coto no leito, o indivíduo deve evitar comportamento
de flexão de joelho, abdução e rotação externa de coxa, não usar travesseiro
embaixo do coto e manter sempre os membros inferiores alinhados para evitar contraturas,
que podem surgir em decorrência do enrijecimento fascial e do desequilíbrio
muscular, de um reflexo protetor de retirada, da perda da estimulação plantar
em extensão ou resultado de algum posicionamento inadequado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário