terça-feira, 12 de março de 2013

Dura realidade (parte 1)

Pelo que lembro hoje, conheci o  Dr. Rafael Castanho, no terceiro dia. Minha situação era a seguinte:

À primeira vista, fratura exposta (e põe exposta nisso), minha perna chegou pendurada por um pequeno pedaço de pele. O pneu da moto bateu em cheio na minha perna e segundo o doutor, a batida foi equivalente a uma explosão. 

Ele tirou várias fotos no dia em que dei entrada no hospital, quis me mostrar, mas até hoje não tive a coragem de ver. Quem sabe outro dia!

Tenho uma eterna dívida de gratidão com o Dr. Rafael, pois se tivesse ido para qualquer outro hospital, bem provavelmente minha perna teria sido amputada.

No segundo dia, logo que acordei, percebi algo estranho na perna, mas só depois de alguns dias e com as informações do doutor, é que fui entendendo o que era aquele aparelho, o "fixador Ilizarov".

O primeira coisa a entender, é que se é colocado o fixador, é por que há lesões consideravelmente graves, externas, internas ou ambas, pois se fosse uma questão de ossos quebrados, uma boa botinha branca (gesso), resolveria. Mas quando há a necessidade da colocação do fixador ilizarov, é porque houve talvez, múltiplas lesões, com ou sem perda de massa óssea, associado com ou sem a perda de pele, massa muscular, artérias, vasos e tendões entre outras coisas. Bem, estou abordando este assunto de uma forma bem simples, mas coisa é bem mais complexa.

Com o fixador, é tratado ao mesmo tempo as lesões externas como internas. Abaixo uma ilustração do fixador ilizarov. Mais para frente, postarei fotos reais da minha perna. Fiquem preparados!


Para quem quiser mais informações sobre o fixador, bem como o seu criador, o Dr. Gavriil Abramovich Ilizarov, segue o link:  http://ometodoilizarov.wordpress.com/historia-do-ilizarov/
 

Das três artérias que possuímos na perna, perdi duas, a Artéria Tibial Anterior  e a Artéria Fibular, e  com isso toda parte vascular ficou comprometida.




Foi preciso a transferência de uma safena da perna boa (perna direita - foto), para perna lesionada, para que houvesse a vascularização necessária. 


Perdi a fíbula, essa foi triturada e não teve mesmo o que fazer, a não ser retirar. A tíbia quebrou em três partes.  Perdi grande parte da  massa muscular, perdi alguns tendões do pé, o que não mais me permitirá ter movimentos.


 
Ps.: Sinceros agradecimentos ao Dr. Rafael Castanho, por sua dedicação, clareza e segurança ao passar informações, por sua mais absoluta competência e humildade.  Muito obrigado mesmo.

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