segunda-feira, 20 de maio de 2013

Dor, muita dor!

Na segunda-feira que passou, dia treze, fez treze meses do meu acidente e foi nesse dia que  fiz minha segunda perícia no INSS. A perita avaliou minha situação e me deu mais um ano de "encosto". Isso me deixa triste, porque só eu sei o quanto queria estar trabalhando. Acho que daria talvez uma mão ou até mesmo um braço em troca da minha perna. Tudo para poder voltar de uma vez para minha rotina. Desses treze meses, quase dez, passei internado, deitado numa cama de hospital. 

Engordei bastante, justamente num momento que não poderia, pois andar com uma só perna, exige força e quanto menos peso, melhor. Mas como não engordar estando num hospital, onde devido a tantas dores, na maioria do tempo ficava na cama, com quatro refeições por dia e sem queimar calorias?

Um pouco antes do acidente, estava com consulta marcada com meu oftalmologista. Uso óculos desde os dezoito anos, tenho astigmatismo, mas depois dos quarenta, aos poucos comecei a perceber que também estava com um pouco de dificuldade para enxergar de perto. Certa dificuldade para ler e usar o computador. Mas neste último ano, no ano do acidente, parece que a dificuldade se agravou rapidamente. Eu ponho, tiro, ponho, tiro o óculos para ver como fica melhor, mas está tudo uma grande porcaria. Dia dezesseis, estava com consulta marcada com meu oftalmologista, mas as dores eram tantas que tive que cancelar.

Bem, mas voltando a segunda, dia treze, saí de casa de táxi, fiz a perícia e voltei para casa. Estava tudo bem até então e de repente, uma meia hora depois que cheguei minha perna começou a doer, doer e doer cada vez mais. Minha irmã me ajudou e fui para cama. A dor foi aumentando, uma dor aguda horrível, que era principalmente no joelho. Tomei um tramal e tentei relaxar, nada!

No final da tarde não aguentava mais de dor, chamei um táxi e fui para o hospital. O mesmo hospital que me recebeu tão bem no dia do meu acidente, me deu o pior tratamento que poderia imaginar. Uma hora esperando na recepção, depois fui para o "PS convênios", me jogaram numa cama, o médico me atendeu, ou melhor, me viu, acho que era por volta da meia noite.

Não vou contar toda história porque é muita comprida. Nunca passei tanta raiva num hospital e nunca fui tão mal atendido,  um total descaso. Mas resumindo, entrei com dor e saí com mais dor, sem a menos saber o motivo de tanta dor.  Sai de lá com uma receita de analgésico, um anti-inflamatório, repouso e gelo seis vezes ao dia.

Percebi no dia seguinte, que o joelho, local onde mais dói, estava extremamente inchado, e os pinos com bastante secreção. Então deduzi logo de cara que tratava-se de "pino inflamado". Imaginei que com o anti-inflamatório, tudo iria melhorar, e de fato, tive e sensação que estava melhorando. Mas depois de dois dias as dores além de persistirem, aumentaram significantemente, a ponto de passar a chorar.

Mas ainda assim achava que com a medicação, gelo e bastante repouso, tudo iria melhorar. Desde ontem tenho uma nova suspeita: o osso da tíbia que acreditava ter se consolidado, se soltou.

Agora estou decidindo quando vou para Curitiba, mas tem que ser amanhã ou no máximo na segunda, pois não sei até quando irei resistir. O grande problema vai ser o transporte, pois até mesmo quando a perna está em repouso na cama, dói muito; com o movimento do carro, não sei como vai ser então.

Vou pedir uma nova internação e desta vez acho que não vou desistir da amputação. Eu não aguento mais viver assim. Se continuar assim,  receio pela minha integridade mental. Meu médico não sabe nem pode me dar uma perspetiva.

É um verdadeiro tiro no escuro, pode ficar razoável ou simplesmente não funcionar. Daí vai ser tempo perdido, dinheiro perdido, dores desnecessárias, sendo que posso amputar a perna hoje e pegar as rédeas da minha vida já.

Um fato importante, meu médico me disse certa ocasião que alguns de seus paciente que passam por traumas semelhantes ao meu, as vezes acabam pedindo pela amputação, mas quando ele acha e vê possibilidade de tratamento, pede para procurar outro médico, pois não fará a amputação, mas que no meu caso, embora haja tratamento, ainda assim ele faz a amputação no momento que eu pedir, pois o meu caso é bastante grave. Essas foram as palavras do meu médico.

Nenhum comentário:

Postar um comentário